segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Samurai e a Raposa


A estória de um jovem samurai que ofereceu o Sutra de Lótus à Buda, em troca do descanso da alma de uma raposa


Há muito tempo atrás, havia um jovem e belo samurai, que vivia em Kyoto, seu nome ninguém sabe. Uma tarde, em seu caminho para casa, passava ele pelo portal Shujaku do palácio Imperial  quando ele viu uma jovem de figura extremamente graciosa, com uns 18 anos de idade, vestida em um belo robe de seda,  parada na avenida principal.

Ela lhe pareceu tão linda com seus cabelos negros como as penas de um corvo flutuando na brisa gentil que o samurai ficou imediatamente fascinado por ela.  Ele se aproximou da garota e a convidou para entrar no portal e conversar um pouco com ele. Ela concordou com  ele com grande alegria.

Eles ficaram em um lugar quieto dentro do portal e ficaram conversando. Logo as estrelas começaram a brilhar luzindo aqui e ali no céu e mesmo a silhueta da Via Láctea surgiu.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A Noiva das Neves


Mosaku e seu aprendiz Minokichi viajavam para uma floresta, a pouca distância de sua aldeia.  Era uma noite tremendamente fria, e quando eles pensaram que seu destino se aproximava, eles viram um riacho à sua frente.  Eles queriam atravessar o rio, mas o barqueiro tinha ido embora, deixando o barco do outro lado do rio, e como o tempo estava muito ruim para que eles pudessem atravessar o rio a nado,  eles ficaram satisfeitos em se abrigar na pequena cabana do barqueiro.(1)

Mosaku adormeceu quase imediatamente assim que entrou este abrigo humilde, mas bem-vindo.  Minokichi, no entanto, ficou acordado por um longo tempo ouvindo o silvo da neve e o uivo do vento, que batia de encontro à porta.

Minokichi finalmente adormeceu, mas logo foi despertado por uma chuva de neve caindo em seu rosto. Ele descobriu que a porta tinha sido aberta, e que de pé na sala estava uma linda mulher em brilhantes roupas brancas.  Por um momento ela ficou assim, em seguida, ela inclinou-se Mosaku, sua respiração soprando como uma névoa branca.  Depois se inclinar sobre o ancião por um ou dois minutos, ela voltou sua atenção para Minokichi e pairou sobre ele.  Ele tentou gritar, mas o hálito da mulher era como um sopro de vento frio. De repente, ela disse que  tinha a intenção de fazer com ele o que fizera com o velho ao seu lado, mas desistiu por causa de sua juventude e beleza.  Ameaçando Minokichi com morte instantânea, se ele se atrevesse a mencionar a alguém o que tinha visto, ela desapareceu.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Tsutomu Miyazaki - O Assassino Otaku


"Este assassino japonês nasceu com uma deformidade nas mãos que lhe causou um complexo de inferioridade e fez com que fosse marginalizado. Refugiado no anime, nos mangás e na pornografia, seu único vínculo humano era seu avô, mas quando este morreu, ele se converteu em um necrófilo assassino de crianças..."

Vida do monstro

A vida de Tsutomu Miyazaki começou em Itsukaichi, Tóquio, um fatídico 21 de agosto de 1962, dia em que este nasceu prematuramente. Ele mal pesava 2,2 kg, e as articulações de suas mãos estavam fundidas de tal forma que lhe era impossível dobrar os pulsos para cima. Aquilo marcou sua vida. Quando tinha cinco anos, um colega de aula debochava com frequência de suas "mãos divertidas." Devido ao complexo que desenvolveu com respeito a suas mãos, sempre evitava mostrá-las nas fotos familiares.

Desde o momento em que chegou à escola primária Itsukaichi, Miyazaki viveu em modo invisível, por isso seus colegas e professores lembram dele como um menino tranquilo, solitário e incapaz de fazer amigos. Mas Tsutomu, igual que outras crianças, tinha sonhos para o seu futuro, tal e como mostra nestas palavras de um ensaio escrito no terceiro ano:

Tsutomu na escola secundária

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

化け物尽くし絵巻 - O Misterioso Pergaminho Ilustrado dos Monstros


O "Bakemono Tsukushi Emaki", literalmente "o pergaminho ilustrado com toda sorte de monstros", é um dos vários pergaminhos realizados no final do período Edo, por volta do ano de 1800, que não possui quase nada escrito e de autoria desconhecida.

Contém as ilustrações de 12 monstros, dos quais, fora o Kitsunebi ou fogo-fátuo em português, os 11 restantes não são encontrados nem mesmo no "pergaminho ilustrado da noite dos cem demônios"* ou no "diagrama dos cem monstros".** Possui 30 centímetros de largura por 3 metros de comprimento e a maioria dos monstros apresentados, são relativos à água.

No pergaminho, figura o Kitsunebi sem a transcrição ao Furigana e o restante dos nomes dos 11 monstros, teve a transcrição adicionada mais tarde, o que demonstra que sem a devida adaptação, não seria possível ler os ideogramas chineses dos nomes desses monstros que não encontram similar na literatura japonesa.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

死人憑 - Shibito Tsuki: Quando um Espírito Possui um Cadáver


Shibito Tsuki, é a condição lendária japonesa, em que o espírito de outro ser toma posse de um cadáver. Esse misterioso efeito, no qual existem poucos registros, está catalogado no livro "Compilado de Lendas Inpaku" do pesquisador Ogiwara Naomasa e apesar da sua origem não ter sido jamais descoberta, o Mitologia e Lendas do Japão compartilha essa lenda com exclusividade.

Por volta do período Choukyou (1487-1488), em uma certa aldeia no país de Inaba, município de Iwai (Atualmente Município de Iwami, Província de Tottori), um camponês veio a falecer vítima de uma longa doença. Enquanto a família do morto esperava o monge para as devidas funções fúnebres, o cadáver do camponês de repente, começou a se mover e se levantou. Os homens da família trataram de segurá-lo, mas sua força era incrível e mais de 5 homens foram arrastados pelo, agora, monstro.

Após isso, o outrora camponês comeu e bebeu vinho de arroz, mas não dormiu por vários dias. Devido a que naquele momento ouve a mudança de estação, o calor do verão fez com que sua carne apodrecesse, soltando um horrível fedor e de sua boca e olhos, um líquido podre vertesse.

Os familiares constataram que algo havia possuído o cadáver do camponês e em peso, trataram de fazer orações, que não surtiram efeito algum. Sem mais o que fazer, os familiares foram embora para às casas de outros, deixando a criatura presa à chave em sua antiga morada.

No entanto, o monstro entrou em um estado de fúria ao se encontrar sem comida ou bebida e um dia após ter quebrado tudo na casa, a criatura caiu e não mais se mexeu. Os familiares ao constatarem isso, fizeram o funeral às pressas acreditando que a maldição havia sido desfeita.

E assim, o Mitologia e Lendas do Japão, descobre, traduz/adapta e compartilha a misteriosa versão japonesa do zumbi, tão popularizada no ocidente, na esperança de que o leitor não deixe de compartilhar este post, para que mais pessoas saibam de curiosidades assim:)


Fonte - www.curionautas.com.br