Texto e Fotos retirados do Blog rusmea.com
A cidade de Miyoshi, da província de Tokushima, foi criada pela junção de 5 aldeias e vilas no ano de 2006, e dentre elas, a ex-vila de Higashiyayama possui centenas de bonecas que excedem o número da população de apenas 37 habitantes.
Todos esses simulacros humanos, são confeccionados por uma única moradora da vila, que começou a coleção ao fazer um espantalho com dimensões humanas, usando o seu pai como modelo, com o objetivo de impedir o ataque de corvos na plantação.
Esses bonecos, (espantalhos) são criados pela senhora Tsukimi Ayano de 64 anos.
Quando ela viu que as pessoas da vila confundiam o espantalho com o seu pai e chegavam a cumprimentar o boneco com um sonoro 'bom dia' ou 'boa tarde', ela achou aquilo tão engraçado que começou a confeccionar cada vez mais e mais.
Há bonecos por toda a vila
Os espantalhos criados pela senhora Ayano, começaram a ficar famosos através de comentários, informações passadas de boca a boca, até que canais de televisão e revistas, fizeram matérias sobre o assunto e hoje em dia, turistas visitam a vilinha apenas para conhecer o seu trabalho.
Os simulacros com estatura humana, quando vistos de longe, são facilmente confundidos com pessoas.
A senhora Ayano nasceu e cresceu nessa vila, mas foi viver em Osaka e lá se casou. Por um tempo ela viveu na cidade e em 2002, voltou à terra natal para cuidar do seu pai que estava com a idade avançada (Hoje ele está 84 anos).
Costurar bonecas sempre foi o hobby da senhora Ayano e um ano após ter voltado, ela fez o modelo número 1 com a forma do seu pai para logo em seguida, confeccionar variados modelos chegando a incrível quantidade de 350 peças.
A confecção dos espantalhos começa pela criação do esqueleto, feito de uma armação de madeira, que é envolvida com almofadas velhas e amarradas com barbante.
A cabeça é feita separadamente e depois costurada ao corpo. Conforme o algodão é colocado e os pontos de linha são dados, as expressões dos bonecos são plasmadas.
Mesmo com bastante prática, a senhora Ayano demora uma semana para concluir cada espantalho.
O boneco número 1, feito para ser parecido com o pai da senhora Ayano, hoje está colocado dentro de casa.
Quando a escolinha da vila foi desativada em 2011, ela possuía dois alunos, apenas um professor e o diretor.
A senhora Ayano reproduziu com bonecos, o cenário da última aula na escola.
Também há bonecos no corredor da escola.
A senhora Ayano vive com a cabeça cheia de bonecos e ela diz que gosta muito da ideia de ver tantos espantalhos fluindo entre a população. Simulacros trabalhando nas plantações, sentados em bancos, esperando o ônibus...Graças ao trabalho dessa senhora, a vila possui cada vez mais 'habitantes'.
A senhora Ayano diz que: 'Bonecos, diferentes de humanos, não vivem muito'. Colocados sob as intempéries, as peças não 'vivem' mais que 3 anos. De modo vago, ela expressa que não pensa muito sobre a morte, mas o hospital mais próximo está localizado a 1 hora e meia de distância e por esse motivo, se alguém chega a adoecer, pode morrer antes mesmo de chegar ao pronto-socorro.
A senhora Ayano confeccionou uma boneca com sua forma e semelhança, no qual, segundo ela, lhe auxilia todos os dias na cozinha, fazendo as vezes de cuidadora do fogo da caldeira.
No passado, os panos e roupas utilizados nos espantalhos, lhe eram doados pelos moradores da vila, mas hoje em dia ela recebe de presente, grandes quantidades de tecidos e roupas vindos de todo o país.
E ainda, está em andamento o 'projeto espantalho', onde a senhora Ayano voluntariamente, ensina o método de confecção dos bonecos."
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